Como veio a existir a linguagem humana? - Teoria #01
- Livia Guimarães
- 9 de mai. de 2016
- 5 min de leitura
As breves reflexões feitas por mim neste post, foi formulada no meu primeiro semestre da faculdade de letras - tenho a consciência que se baseia em uma pesquisa empírica, mas de qualquer forma têm como propósito atiçar a curiosidade e questionar uma das particularidades da linguagem – sua criação e origem.

Primeiramente tomemos por exemplo, o que seria língua e linguagem. A língua em geral é o conjunto de palavras e o método de combiná-las, conforme entendido por uma comunidade de pessoas através do qual se expressam ou se comunicam sentimentos ou ideias.
A linguagem por sua vez como cita o Prof. Dr. José Luiz Fiorin em sua palestra ministrada na UFSCar em 2012 “[..] serve para aprender, transmitir informações, influenciar e ser influenciado, expor sentimentos e emoções, criar vínculos sociais, falar sobre a própria linguagem, é uma forma de agir no mundo.” Assim sendo, língua(gem) é indiscutivelmente uma das características mais importantes da identidade e cultura de um povo e de um indivíduo.
Muitas são as questões entorno de língua e linguagem como, "Quando surgiu a
linguagem humana?", "De que modo?", "Quem foram os primeiros a se expressar através de uma língua?", "Existe uma língua ao qual se derivou todas as outras?". Todas estas questões ainda não puderam ser respondidas pela ciência de uma forma precisa, pois a busca por respostas de "Como se deu a origem da humanidade" ainda é motivo de estudos. O desenvolvimento da linguagem humana ainda é um segredo do ponto de vista científico, porém um dom divino no ponto de vista bíblico, através do qual a sua origem é explicada. E é sob esta perspectiva que baseio minha teoria.
A linguagem segundo a Bíblia é um dom divino, pois foi através dela que Deus criou o mundo e todas as coisas. Observe este trecho a respeito a origem do mundo e da humanidade:
“No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra estava sem forma e vazia; as trevas cobriam o abismo e um vento impetuoso soprava sobre as águas. Deus disse: “Que exista a luz!”E a luz começou a existir. Deus viu que a luz era boa. E Deus separou a luz das trevas: à luz Deus chamou “dia”, e às trevas chamou “noite”. Houve uma tarde e uma manhã: foi o primeiro dia.” ( Gênesis 1:1-5)
Neste trecho podemos observar que a terra estava sem forma e fazia. Quando lemos o trecho “E Deus disse” constatamos que a linguagem é pertencente a um ser: Deus. Quando Deus então fala “Que exista a luz!” nos faz pensar que Deus teve uma ideia (a ideia de luz) e que esta se expressou através da linguagem oral para assim este conceito se fazer existir no real "Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” Sendo verbo uma palavra que encerra ideia de ação ou estado, podemos dizer que a linguagem é uma força criadora. Depois temos o seguinte trecho “Deus viu que a luz era boa. E depois que separou a luz das trevas: à luz Deus chamou “dia” e às trevas chamou “noite”, nesta passagem pode-se observar que Deus criou algo a partir da linguagem, logo é atribuído a palavra o poder de expressão. Mas Deus depois de criar a luz, viu que sua criação lhe atendia, que era boa, ou seja que ela satisfazia a ideia. Mas para separar uma coisa de outra era preciso nomeá-la para assim haver uma distinção de conceitos e valores. E assim Deus o fez.
No Alcorão também menciona que o mundo se criou através do verbo de Deus:
“Ele (Deus) é o Originador dos céus e da terra!” (Alcorão 6:101). “Não é Aquele que criou os céus e a terra, capaz de criar seus iguais? Sim, e Ele é o Criador. Sua ordem, quando quer algo, é tão-somente: “Seja”, e é.” (Alcorão 36:81-82).
Outra passagem interessante é quando Moisés questiona a Deus de que forma ele Moisés, responderia aos filhos de Israel quando o perguntasse qual o nome de Deus:
“Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU
me enviou a vós. (Êxodo 3:13-14)
Com estes trechos entendemos que do ponto de vista religioso, é de caráter de Deus a linguagem. Deus era o próprio verbo, o próprio som. E Deus sentiu a necessidade de dar nome as coisas para diferenciá-las como o “dia” e a “noite”e atribuir-lhes um fenômeno “Houve uma tarde e uma manhã”(Genisis 1:5).
Tendo feito Deus o Homem sua imagem e semelhança, atribui a este o poder da palavra, da língua e linguagem. Assim a origem da fala humana vem com o primeiro humano, Adão, foi criado já com um vocabulário, bem como com a habilidade de cunhar novas palavras e com isso, de expandir seu vocabulário.

Sem um vocabulário dado por Deus, o homem recém- criado, como no caso dos animais irracionais, não poderia compreender as instruções verbais de seu Criador. Ao passo que, dentre todas as criaturas da terra apenas o homem inteligente tem a habilidade da fala, no verdadeiro sentido da palavra, a linguagem não se originou do homem, mas sim de Deus.
A linguagem já tinha sido usada por incontáveis eras, antes de o homem surgir no cenário universal. Deus se comunicava com seu Filho primogênito celestial e evidentemente, empregava-o para se comunicar com seus outros filhos espirituais. Assim, tal Filho primogênito era chamado de “a Palavra”. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. (João 1:1-3). Digo outros filhos espirituais pois como vemos no trecho em que o apóstolo Paulo fez uma referência inspirada
às “línguas de homens e de anjos”.
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e
não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.”(1 Coríntios 13:1).
Deus já falava a suas criaturas angélicas na língua delas e elas o compreendiam e obedeciam através da Sua Palavra. “Bendizei ao Senhor, todos os seus anjos, vós que excedeis em força, que guardais os seus mandamentos, obedecendo à voz da sua palavra.” (Salmos 103:20).
Nesta teoria, a linguagem humana sempre se fez presente desde a origem do homem, sendo a forma natural de expressividade por sua inteligência superior. É como se fosse uma teoria gerativista de linha teológica. Dessa forma, se isolarmos bebês por exemplo das línguas existentes no mundo, estes ao atingir um grau de consciência durante o seu crescimento desenvolveriam por si uma língua, pois a linguagem já está enraizada em sua consciência através do poder do Criador.
Referências
Português. Bíblia Sagrada edição Pastoral. Tradução, introduções e notas Ivo Storniolo e Euclides Martins Balancin. Tradução de 1-2 Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, 1-2 Macabeus e Profetas José Luiz Gonzaga do Prado. São Paulo. Editora Paulus, 1990.
O Alcorão/Maomé; tradução Mansour Challita – 3º edição – Rio de Janeiro: BestBolso, 2011.
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